...para incriminar PSDB


A Justiça Eleitoral condenou por calúnia o pastor Caio Fábio D'Araújo Filho (foto), 56,  a quatro anos de prisão por ter se envolvido na elaboração e distribuição de documentos falsos para incriminar a cúpula do PSDB na campanha eleitoral de 1998.

O pastor vai recorrer em liberdade da condenação. Ele nega que tenha sido um dos responsáveis pelo “dossiê Cayman”, como o caso ficou conhecido na imprensa. “Não estou nem um pouco preocupado com isso [a condenação]”, disse. “Tenho a consciência absolutamente tranquila.”

A decisão da Justiça teve como base investigações da Polícia Federal e do FBI, além de depoimento de testemunhas. 

Pelas investigações, Caio Fábio foi um dos responsáveis pela falsificação de documentos segundo os quais Fernando Henrique Cardoso, na época candidato à reeleição à Presidência, e Mário Covas, que também estava tentando ser reconduzido ao governo do Estado de São Paulo, tinham no paraíso fiscal das ilhas Cayman (Caribe) US$ 368 milhões (R$ 628 milhões). 

Esse dinheiro teria sido pago como propina por empresários supostamente beneficiados com a privatização do setor de telecomunicações. 

Os demais acusados pela fraude são empresários cujo objetivo, na época, segundo as investigações, era “fabricar” a documentação para vendê-la ao PT. Esses empresários e Caio Fábio teriam produzido a documentação em Miami. Até agora, o pastor é o único condenado. 

No inquérito, consta depoimento de políticos que na época tiveram acesso a cópia do dossiê, entre eles Luis Inácio Lula da Silva, José Dirceu, Paulo Maluf, Ciro Gomes, Marta Suplicy e Leonel Brizola. 

Lula confirmou que teve um encontro com Caio Fábio para conversar sobre o dossiê. Ele disse que, posteriormente, Thomaz Bastos, então advogado da campanha eleitoral do PT, examinou o dossiê, constatando que se tratava de uma fraude. Por isso, segundo Lula, o PT recusou a proposta de compra dos documentos. 

O dossiê teria sido oferecido por US$ 1,5 milhão (R$ 2,5 milhões). Na época, Caio Fábio era um pastor de prestígio entre os políticos de esquerda. Era uma espécie de contrapartida ao conservador Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus. 

Com o caso Cayman, Caio Fábio caiu em desgraça. Teve depressão, emagreceu 25 quilos (pesava 119) e acumulou dívida. Na época, era da Igreja Presbiteriana, da qual foi afastado por causa de um caso extraconjugal. Fundou a Igreja Caminho da Graça e continua até hoje um crítico feroz de Edir Macedo, mas perdeu a expressão que chegou a ter nos anos 90.

Com informação da Folha e deste site.

Fonte: Paulopes / Escândalo da Graça